Publicado em parceria com o New Museum de Nova York, este livro retraça o primeiro grande panorama da obra de Rivane Neuenschwander e acompanha sua exposição itinerante que aconteceu em diversos museus, como o IMMA (Irish Museum of Modern Art), na Irlanda, ou o Miami Art Museum, nos Estados Unidos. Para falar de uma artista que explora uma grande variedade de materiais e mídias num diálogo com a experiência humana e o que ela tem de mais efêmero e fugaz, não se pode adotar uma única voz: cinco ensaios bilíngues de diferentes conhecedores da arte vêm então completar os registros fotográficos de suas obras ao longo dos anos. Enquanto Richard Flood, curador-chefe do New Museum, apresenta num discurso fragmentado e poético ecos impressionistas de sua vivência da obra, o curador e crítico de arte Paulo Herkenhoff percorre a totalidade da obra de Rivane e a situa numa linhagem histórica. O tempo, um dos temas mais abordados pela artista, é examinado pelo historiador Lars Bang Larsen e a obra Primeiro amor é analisada em sua relação com a novela de mesmo título, de Samuel Beckett, por Rachael Thomas, diretora artística do primeiro Dublin Contemporary 2011. De um ponto de vista mais técnico, Yasmil Raymond, curadora da Dia Art Foundation de Nova York, apresenta uma reflexão sobre o círculo e as linhas na obra de Neuenschwander. Além de mais de 200 imagens retratando não apenas as obras em si como o contato do público com elas, o livro também apresenta referências detalhadas da artista, que se estendem de Duchamp e a nouvelle vague à cultura regional e religiosa. Mais do que uma preciosa documentação, Um dia como outro qualquer é um convite para adentrar o universo da arte ao mesmo tempo profunda e divertida de Rivane Neuenschwander.
Sobre a artista
Rivane Neuenschwander nascida em Belo Horizonte, vive e trabalha em São Paulo. Formou-se pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais e pelo Royal College of Art, Londres. A artista aborda temas como memória, desejo, sexualidade, política e violência em trabalhos que convocam a participação do outro, seja no desenvolvimento, seja na formalização de ideias. Questões relativas à linguagem se desenvolvem em obras que se apropriam de calendários, mapas, bandeiras, alfabetos e mesmo a comunicação não verbal. Desde 2013, em workshops de criação, ela pesquisa os medos de crianças, tanto em suas variantes psicanalistas como também o medo enquanto afeto fundamental, índice de manipulação política e social. Baseando-se em referências da literatura, do cinema e diversas manifestações culturais populares, o trabalho de Neuenschwander abarca experiências sensoriais, ativando a participação física e crítica do público. Sua obra faz a mediação entre o íntimo e o público, o autoral e o coletivo. Participou de importantes exposições coletivas como a Bienal de Veneza (2003, 2005), a Bienal de São Paulo (1998, 2006, 2008) e a Bienal de Istambul (1997, 2011). Dentre as exposições individuais recentes destacam-se O Alienista, Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo (2019); Alegoria del Miedo, NC-Arte, Bogotá (2018); O Nome do Medo, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2017); e Mal-entendidos, Museu de Arte Moderna de São Paulo (2014).
Ficha Técnica
Artista Rivane Neuenschwander
Idioma Português/Inglês
Páginas 244
ISBN 9780915557936
Encadernação Brochura
Formato 21,5 x 28 cm
Ano 2010