Marcius Galan nasceu em 1972, em Indianápolis, Estados Unidos. Filho de pais brasileiros, mudou-se para o Brasil antes de completar um ano e hoje vive e trabalha em São Paulo. Sua obra transita por diversas linguagens e questões formais da arte, e em seu diálogo com a tradição pictórica é possível observar distintos procedimentos. O artista serve-se da ilusão de óptica – espécie de trompe-l’oeil, artifício histórico característico da pintura – alterando a relação espacial através do uso da cor. Em Três seções, por exemplo, o artista cria, de maneira econômica, a impressão ilusória de uma superfície de vidro verde, seccionando o espaço expositivo através da pintura no espaço. Em outras obras, a pintura é referida pela sua ausência. Como em Prumo, em que todos os elementos que constituem o objeto pictórico estão ali, com exceção da imagem. Prego, moldura, papel e vidro se reorganizam sozinhos, como uma periferia liberta do seu centro, em um diálogo irônico com o construtivismo. O mesmo ocorre em Unida mundial, onde borrachas são dispostas ritmicamente: dentro da moldura, a composição do readymade de natureza pop é constituída pelo objeto que apaga a imagem; com sua ausência, sem chance de pureza, permanece somente a banalidade do objeto cotidiano
e uma visualidade de caráter serial e pictórica. O elemento que apaga aqui preenche.
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