No monólogo King Kong Fran, a figura da tradicional atração circense da mulher-gorila é usada para falar de sexualidade e de distinção de gênero como construção social. Subvertendo a lógica patriarcal, a personagem Fran, encarnada por Rafaela Azevedo, convida o público a conhecer o avesso dos estereótipos do que se entende comumente por feminino, invertendo de maneira cômica e irônica a lógica machista. Ao criar cenas que refletem sobre os papéis destinados a mulheres na vida e na arte circense, o jogo de cena de King Kong Fran evidencia a rotina de constrangimentos sofridos pelas mulheres e reafirma a objetificação, a violência, o assédio, o silenciamento e a pressão estética que são amplamente naturalizadas no dia a dia.
Além do texto da peça na íntegra, o livro conta ainda com textos de Viviane Mosé, Letrux, Rafaela Azevedo e Pedro Brício sobre a peça e os temas explicitados King Kong Fran, além de quarta capa de Maria Ribeiro. A edição tem ilustrações de Juliana Montenegro.
Desde que estreou, em novembro de 2022, este monólogo já levou milhares de pessoas ao teatro e foi indicado para Prêmio de Humor 2023 nas categorias Espetáculo, Direção e Performance.
“King Kong Fran é placa tectônica se movendo ferozmente sem aviso no planeta Terra. Cabe a nós se preparar. Cabe aos homens tomarem tenência da situação. Pra hoje. Pra ontem. A mulherada já tá toda na mão do King Kong. E felizmente também na mão da Fran”, Letrux.
Sobre os autores
Rafaela Azevedo é atriz, palhaça, diretora e pesquisadora. É a idealizadora de King Kong Fran, sucesso de crítica e público no teatro — do qual é intérprete solo, codiretora e codramaturga — indicado ao Prêmio do Humor 2023 nas categorias Melhor Performance, Melhor Espetáculo e Melhor Direção. Rafaela também é integrante do canal de humor Porta dos Fundos. No Instagram, como @fran.wt1, soma cada vez mais seguidores com uma personagem anarquista que inverte a relação do machismo e surpreende e diverte o público objetificando os homens. Assinou a direção e a dramaturgia dos espetáculos Não aprendi dizer adeus, de Bárbara Salomé, considerado uma das 25 melhores peças de 2022 pela Folha de S. Paulo; e Ira do afeto, de 2023, da atriz Débora Veneziani. É idealizadora e diretora do Laboratório Estado de Palhaça e Palhaço, escola que difunde a técnica da palhaçaria.
Pedro Brício é formado em cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e é mestre em Teatro pela Unirio. Cursou a Desmond Jones School of Mime (Londres), a Scuola Internazionale dell’attore Comico (Italia) e a École Philippe Gaulier (Londres). Escreveu e dirigiu as peças King Kong Fran (em parceria com Rafaela Azevedo), Sonhos de uma noite com o Galpão, O condomínio, Me salve, musical!, Trabalhos de amores quase perdidos, Cine-Teatro Limite, A incrível confeitaria do Sr. Pellica. É ainda autor de Nastácia, Breu, Comédia Russa, O menino que vendia palavras, espetáculos dirigidos, respectivamente, por Miwa Yanagisawa, João Fonseca e Cristina Moura. Recebeu e foi indicado a alguns dos principais prêmios do país pelo seu trabalho, como Shell, APTR, Questão de Crítica, Contigo, APCA, Prêmio do Humor. Escreveu e dirigiu os musicais Show em Simonal e Icaro and the black stars. Tem textos traduzidos para o inglês, o espanhol, o alemão. Participou da Feira Internacional do Livro de Frankfurt, da Semana de Dramaturgia Contemporânea, em Guadalajara, e da mostra Una Mirada al Mundo, no Centro Dramático Nacional, em Madri. Como diretor, encenou textos de Samuel Beckett, Edward Albee, Rafael Spregelburd, Patrícia Melo e Hilda Hilst. É carioca e pai do Benjamin.
Ficha Técnica
Coleção Coleção Dramaturgia
Autores Rafaela Azevedo e Pedro Brício
Idioma Português
Número de páginas 72
Editora Cobogó
ISBN 978-65-5691-127-4
Capa e ilustrações Juliana Montenegro
Encadernação Brochura
Formato 13 x 19 cm
Ano de publicação 2023